sábado, 7 de julho de 2012

Como Jeová usa sua presciência
Visto que Jeová é um Deus de profecia e propósito, como ele usa a sua presciência, ou seja, sua capacidade de prever o futuro? Para começar, temos a garantia de que todos os caminhos de Deus são verdadeiros, justos e amorosos. Ao escrever aos cristãos hebreus do primeiro século EC, o apóstolo Paulo confirmou que o juramento e a promessa de Deus são “duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta”. (Hebreus 6:17, 18) Na sua carta ao discípulo Tito, Paulo expressou esse mesmo pensamento quando escreveu que Deus “não pode mentir”. — Tito 1:2. Além disso, embora tenha poder ilimitado, Jeová nunca age injustamente. Moisés o descreveu como “Deus de fidelidade e sem injustiça; justo e reto é ele”. (Deuteronômio 32:4) Tudo o que Jeová faz se harmoniza com sua maravilhosa personalidade. Suas ações demonstram a perfeita harmonia de suas qualidades principais: amor, sabedoria, justiça e poder. Veja como tudo isso se relaciona com o que aconteceu no jardim do Éden. Como Pai amoroso, Jeová proveu os humanos de tudo o que eles precisavam. Ele deu a Adão a capacidade de pensar, raciocinar e chegar a uma conclusão. Diferente da criação animal, que é basicamente guiada por instinto, Adão tinha a capacidade de fazer escolhas. O resultado disso foi que, do seu trono celestial, Deus olhou para baixo e viu “tudo o que tinha feito, e eis que era muito bom”. — Gênesis 1:26-31; 2 Pedro 2:12. Quando decidiu ordenar a Adão que não comesse da “árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau”, Jeová forneceu instruções suficientes para que Adão pudesse decidir o que fazer. Ele autorizou Adão a comer de “toda árvore do jardim”, exceto de uma, e o avisou sobre os resultados trágicos que sofreria se comesse do fruto da árvore proibida. (Gênesis 2:16, 17) Dessa forma, ele deixou claro para Adão quais seriam as consequências de suas ações. O que Adão faria? Pelo visto, Jeová escolheu não prever o que Adão e Eva fariam, embora ele tenha a capacidade de saber tudo com antecedência. Portanto, a questão não é se Jeová pode prever o futuro, mas, sim, se ele escolhe fazer isso. Além disso, podemos raciocinar que Jeová, sendo um Deus de amor, não predeterminaria, de forma intencional e cruel, que haveria uma rebelião — com todas as suas tristes consequências. (Mateus 7:11; 1 João 4:8) Assim, no que se refere à presciência de Jeová, ele a usa de forma seletiva, isto é, ele decide como e quando usá-la. Será que o fato de Jeová usar sua presciência de forma seletiva significa que ele de certo modo tenha alguma deficiência, ou imperfeição? Não. Moisés descreveu Jeová como “a Rocha”, e acrescentou: “Perfeita é a sua atuação.” Ele não tem culpa das consequências do pecado humano. Os efeitos desastrosos que todos nós sentimos hoje se originam daquele ato injusto de desobediência. O apóstolo Paulo raciocinou de forma clara que “por intermédio de um só homem entrou o pecado no mundo, e a morte por intermédio do pecado, e assim a morte se espalhou a todos os homens, porque todos tinham pecado”. — Deuteronômio 32:4, 5; Romanos 5:12; Jeremias 10:23. A capacidade de escolher usar ou não a presciência pode ser ilustrada por um recurso da tecnologia moderna. Alguém que gravou um evento esportivo tem a opção de assistir os momentos finais da partida a fim de saber o resultado. Mas ele não precisa fazer isso. Quem poderia criticá-lo se ele escolhesse assistir a partida inteira, desde o começo? De maneira similar, o Criador pelo visto preferiu não ver como as coisas terminariam. Ele preferiu esperar e ver como seus filhos na Terra se comportariam à medida que os eventos ocorressem.